Incêndios criminosos no Brasil: PF instaurou 383 inquéritos desde 2019, mas só 21 presos
Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação revelam que a Polícia Federal investigou 383 casos de incêndios criminosos desde 2019, com apenas 21 prisões. Jenifer Moraes, especialista em Direito Penal, analisa os desafios no combate a esses crimes.
Jenifer Moraes
9/17/20241 min read


A Polícia Federal (PF) instaurou 383 inquéritos para investigar incêndios criminosos desde 2019, mas apenas 21 pessoas foram presas no período. Os dados, obtidos pelo R7 via Lei de Acesso à Informação, mostram que outras 251 pessoas foram indiciadas, revelando a dificuldade em punir efetivamente esses crimes. O Pará é o estado com o maior número de investigações em andamento.
Para Jenifer Moraes, mestre em Direito Penal, a prevenção é mais eficaz do que a punição posterior. "O Direito Penal age depois do fato. Uma estratégia preventiva, com fiscalização intensiva nas regiões de maior incidência, é essencial para inibir essas práticas", afirma. Ela destaca a necessidade de coleta de dados e ação interinstitucional para combater o problema.
A especialista também chama atenção para os obstáculos nas investigações. "Muitas vítimas sofrem pressão para não denunciar, e identificar os mandantes é o maior desafio, especialmente pela organização interestadual desses crimes", explica Moraes. A complexidade desses casos exige estratégias integradas para garantir justiça e prevenir novos incêndios.